Volta e meia me deparo com declarações irritadas contra a
campanha de desarmamento deflagrada com a edição do estatuto do desarmamento de
2003.
Entendo aqueles que justificam sua ira com a escalada (de
percepção) da violência. Refiro a percepção pois mesmo as estatísticas
existentes nunca tiveram um mesmo método. Hoje com a velocidade da informação,
a impressão é que o caldeirão ferveu, mas esta água já está esquentando há
muitos anos. Temos mais, ou sabemos mais?
Um deputado, o qual eu tenho pena, comandou em Blumenau um
espetáculo reunindo justiceiros que clamam por “liberdade de defesa”, para que
os “cidadãos de bem” possam se armar nesta guerra.
Foi ovacionado em evento promovido pela Câmara de Blumenau,
sob o argumento que a medida não deveria pretender tirar as armas dos “cidadãos de bem”
enquanto “os bandidos” tem ampla liberdade e armas melhores que a polícia.
Fato curioso é que poucos dias depois a mesma casa
legislativa celebra a lei de proibição do uso de veneno chamado chumbinho,
alegando que muitos o utilizam para matar cães e animais de rua.
Estranho, tenho a percepção que o tema é o mesmo. Porque
arma pode e chumbinho não pode? Quem produz e comercializa o veneno não o faz
para matar animais abandonados e sim pragas nocivas à saúde pública. Quem
produz e comercializa armas, não o faz para bandidos (Eu creio) só que o
problema é a falta de controle. Como saber quem é quem?
Minha opinião pessoal: Não tenho medo de bandidos, tenho
medo das armas que eles carregam. Fico imaginando como será o futuro com essa liberação.
Será que os “cidadãos de bem” que me fecham no trânsito, que usam som alto, que
dão demonstrações claras de preconceito nas redes sociais serão barrados? Aposto
que estes serão os primeiros na fila para compra de armas, tal qual as filas
para comprar iphones nos grandes centros.
Acho que os verdadeiros cidadãos de bem, devem se
manifestar, pois a arma mais efetiva é a inteligência, e para se portar armas
de fogo este com certeza não será um requisito. No passado isso se chamava “Apelar
para a ignorância”. Pense nisso.
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