Somos apaixonados pela facilidade e quanto menos complicada uma escolha melhor.
Acostumamo-nos a decidir sempre entre poucas opções e seguimos amarrados neste vício intelectual da simplicidade: Capitalismo x Socialismo, bem x mal, Deus x diabo.
Até no futebol, resumimos as rivalidades principais em duas: FLAMENGO x Vasco, Inter e Grêmio, Corinthians e Palmeiras, etc...
Ocorre que o mundo é complexo, e ao invés de preto e branco, temos um leque infindável de cores para escolher.
Esta semana, em Jaraguá do Sul, vimos a escolha da União das Associações de Moradores – UJAM, uma situação atípica, onde os delegados foram convocados para uma escolha de chapa única e que as cédulas foram confeccionadas com “sim” e “não”, disfarçando uma velada disputa de tendências políticas nos bastidores.
Me recuso a fazer uma análise deste resultado como apenas uma condição de vitória ou de derrota. Certa vez ouvi uma frase que dizia: Nem sempre uma vitória eleitoral é uma vitória política.
Acho que o resultado, legal ou ilegal, legítimo ou ilegítimo, deve provocar reflexão sobre diversas indagações: Porque alguém se mobiliza contra uma chapa e não organiza outra? Quais argumentos levaram ao voto do não? A quem interessa uma entidade sem cabeça e dividida? A entidade ganha com este resultado?
Estamos assistindo a nível mundial movimentos que buscam mudanças sem apontar soluções. Os conflitos do Egito e Líbia apontam pela retirada dos líderes do poder, contudo, não se preocupam em apontar quem ou o quê será colocado em seu lugar. Este espontaneísmo motivado apenas pela indignação, não é um movimento salutar, uma vez que abre espaço para aproveitadores (inteligentes e que sabem o que querem) cujo apoio se funda na vontade de ocupar as cadeiras e não efetuar mudanças estruturais.
Uma semente plantada germinou, porque encontrou condições para isto e “a terra estava vazia e vaga”.
Pensem nisso, e parabéns trabalhadores pelo seu dia!!!
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